"Santiago" (Brasil, 2007, 80 minutos), de João Moreira Salles, um dos documentários brasileiros da década de 2000 mais aclamados pelo público e comentados pela crítica especializada, é atração da Sessão Curta ao Sábado de 30 de novembro, às 18:30, no Auditório do Centro Cultural da UFMT (prédio integrado ao MACP - Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT - paralelo à Rua 01 do Boa Esperança, ao lado da Caixa Econômica Federal). Entrada gratuita. Classificação indicativa: 14 anos.
A exibição integra a programação comemorativa aos 43 anos da UFMT e encerra as atividades do quinto ano de exibições do projeto de extensão Sessão Curta ao Sábado, que em 2013 dedicou-se à exibição de filmes da recente cinematografia brasileira (confira os cartazes e outras informações sobre os demais filmes exibidos em 2013 - e também desde a primeira edição do projeto, em 2009 - percorrendo as publicações anteriores aqui no blog).
Sobre o filme (trechos da resenha de Amir Labaki, publicada na Folha de São Paulo em 23/11/06):
Complexo, original e reflexivo, "Santiago" pode ser definido como um documentário sobre um filme inacabado. Em 1992, estreando como cineasta, João Moreira Salles rodou um retrato de Santiago, o mordomo aposentado da família Moreira Salles no Rio de Janeiro. Insatisfeito com o material registrado, deixou-o de lado.
Uma década e alguns clássicos depois ("Notícias de uma Guerra Particular"; "Nelson Freire"; "Entreatos"), João voltou a se debruçar sobre os sons e imagens que captara num mergulho em sua própria infância. Convidou para estudar as novas possibilidades de montagem do material ninguém menos que Eduardo Escorel, cineasta, montador e coordenador do curso de pós-graduação em documentário da Fundação Getúlio Vargas.
A parceira com Escorel estabelece uma ponte invisível entre "Santiago" e outro documentário por ele montado: "Cabra Marcado para Morrer", de Eduardo Coutinho. "Cabra" trata de um filme interrompido pela história. "Santiago", de um documentário interrompido pela insatisfação. Um filme inacabado por razões públicas. Outro, por motivos eminentemente privados.
"Santiago" é tanto autobiográfico quanto autocrítico. Ao mesmo tempo que revisita o passado familiar de João Moreira Salles, o filme discute as alternativas, desafios e limitações do material por ele registrado como cineasta iniciante. Mais que um documentário que problematiza um projeto antigo ou o presente, "Santiago" reflete sobre o processo que une dois filmes -o passado, inacabado, e o atual, que critica, nega e remodela o primeiro.
Leia a resenha completa de Amir Labaki:
Texto de Cezar Migliorin na Revista Cinética:
"Santiago sob suspeita", texto de Ilana Feldman para a Revista Trópico:
Entrevista com João Moreira Salles (blog do Luiz Zanin/Estadão):