segunda-feira, 28 de maio de 2012

Imagens em Pauta exibe “Morro do Céu”





No intervalo de um verão, garotos do interior rural do sul do Brasil vivem a passagem pela adolescência, com seus sonhos, conflitos e hesitações amorosas. Estas e outras situações são o mote para “Morro do Céu” (Brasil, 2009, 71 minutos), filme de Gustavo Spolidoro, atração do dia 22 de maio, às 19:00, no Sesc Arsenal.

O filme dá continuidade ao sexto ano de exibições do “Imagens em Pauta”, projeto realizado pelo Sesc Mato Grosso em parceria com a Pró-reitoria de Cultura, Extensão & Vivência, Instituto de Linguagens e Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso. O “Imagens em Pauta” promove o interesse em ver e saber mais sobre filmes de diferentes estéticas e cinematografias, além de estimular a prática social de frequentar uma sala de cinema.

Entre abril e junho acontece o Ciclo Documentários e Limiares, com exibição de filmes brasileiros recentes cujos procedimentos estético-narrativos vêm tensionando concepções mais clássicas do campo do documentário, produzindo limiares ficcionais, documentais, experimentais. Como texto de apoio para a sessão de “Morro do Céu”, está disponível no twitter (@ImagensEmPauta) o artigo “A presença de uma ausência”, de Cláudia Mesquita (que também será utilizado para a sessão de 29 de junho, quando da exibição de “A falta que me faz”, de Marília Rocha, que encerra este Ciclo).


Sobre o filme

Sinopse: Morro do Céu é uma pequena comunidade de descendentes de italianos, localizada no alto de uma montanha no sul do Brasil. Lá, o jovem Bruno Storti e seus amigos preenchem os dias de verão entre túneis de trem, a colheita da uva e a descoberta do primeiro amor.



No momento em que o filme começa, Bruno não deu conta ainda de sair do Ensino Fundamental. Uma de suas angústias é este exame, além da indefinição profissional - ele flerta com a mecânica, mas não está seguro disso - e amorosa. Uma certa garota na vizinha cidade de Cotiporã é objeto de seu desejo. E o celular, como aconteceria com qualquer garoto das maiores cidades do mundo, torna-se a caixa de ressonância de sucessivas mensagens e ligações enviadas mas nem sempre respondidas. Um Carnaval próximo é o "deadline" desta situação.

A câmera de Spolidoro é sensível o bastante para entrar numa intimidade com Bruno que permite cobrir com imagens mesmo seus silêncios, os tempos mortos, os vazios de palavras e ações - que sintonizam com clareza a estreiteza, por vezes, desta vida rural de onde a imaginação e os sentimentos do personagem esboçam escapar. Gustavo Spolidoro é cineasta com uma longa carreira no curta-metragem (“Velinhas”, “Outros”, “Domingo”, “Início do Fim”), além de ter realizado o premiado longa-metragem “Ainda Orangotangos”.



“Morro do Céu” foi um projeto originalmente desenvolvido no contexto da quarta edição do Programa DocTV, que fomenta a realização e difusão de documentários brasileiros. A versão exibida no Imagens em Pauta conta com 19 minutos a mais que a versão realizada para o DocTV e foi exibida em diversos festivais brasileiros, como o 37º Festival de Gramado, a 13ª Mostra de Tiradentes, o 10º Indie BH, o ForumDoc 2010 e o 6º Festival Internacional de Cinema de Salvador.

Na próxima semana (29 de maio), não haverá sessão. O Imagens em Pauta retorna no início de junho (05/06), com o filme “Juízo”, de Maria Augusta Ramos. Se você deseja ser avisado sobre as exibições do projeto e receber o texto de apoio à discussão do filme exibido, envie um email para imagensempauta@gmail.com com a informação “Cadastrar e-mail”. Para outras informações, siga o “Imagens em Pauta” no Twitter: @ImagensEmPauta.




quinta-feira, 17 de maio de 2012

Filme de Almodóvar na Sessão Curta ao Sábado


“A pele que habito” retoma parceria com Antônio Banderas



Thriller de cores intensas e com uma narrativa surpreendente que mistura a tradição dos filmes de horror, ficção científica e melodrama, “A pele que habito” (La piel que habito, Espanha, 117 minutos), de Pedro Almodóvar, é atração deste sábado, 19 de maio, às 18:00, no Auditório do Centro Cultural da UFMT. Antes do longa, será exibido o curta metragem “A poética dos pequenos furtos”, de Luiz Marchetti. Entrada e pipoca grátis. Classificação indicativa: 16 anos.

As exibições fazem parte das atividades do projeto de extensão “Sessão Curta ao Sábado”, que desde 2009 exibe curtas e longas-metragens de diferentes cinematografias, privilegiando o cinema autoral, experimental e independente, usualmente distante das salas de exibição comerciais do Estado. Em 2012 as exibições acontecem mensalmente e integram o Programa de Extensão Cinematografando, que promove oficinas de formação, seminários e mostras para estimular, fortalecer e difundir o audiovisual em Mato Grosso. Realizada pelo Cineclube Coxiponés, a Sessão Curta ao Sábado é organizada por estudantes e professores do Curso de Comunicação Social da UFMT.

Sobre “A poética dos pequenos furtos”


Em "A Poética dos pequenos furtos", Luiz Marchetti registrou, durante anos, sequências de ladrões "de verdade" performando para sua câmera de 16mm em filme colorido e monocromático. São ladrões representando para câmera com seus objetos roubados na Inglaterra, na Suecia, na Espanha e no Brasil. A Banda de eletro-folk Vanguart, a cantora Cibelle e o DJ Matti Kallioinen colaboram com momentos musicais juntamente a uma montagem eletrônica de alarmes de lojas, sirenes de policia e uma homenagem a musica de "Marnie. confissões de uma ladra" de Alfred Hitchcock. Editado, este documentário-arte aproxima pólos distantes do documentarismo contemporâneo, o registro caseiro - porém com pelicula de 16mm -, abordagens personalizadas e autorais, questionando o fetiche de furtar através do retrato do Escondido.


Sobre “A pele que habito”
Na trama, Robert (Antonio Banderas) é um cirurgião plástico renomado que abriga em sua mansão um curioso experimento científico. Vera (Elena Anaya) é o objeto de trabalho de Robert, que está em processo da construção de uma pele resistente para implantar na moça que aparenta ser uma sobrevivente de alguma tragédia. Ainda que negue, o cirurgião implanta em Vera traços muitos semelhantes de sua ex-esposa, que morreu em um acidente.



O filme é adaptado do livro Tarântula, de Thierry Jonquet (1954-2009), que traz críticas à obsessão pelas aparências, à violência e ao conflito de classes. “Penso no filme, sobretudo, como uma crítica ao abuso de poder, que parece ter se tornado assustadoramente comum, como na inaceitável prisão de Guantánamo e nas práticas de tortura que se legitimaram por lá”, revelou Almodóvar na época do lançamento do filme.

Em mais de 35 anos de carreira, Pedro Almodóvar levou grandes obras ao público admirador de um cinema irreverente e original. Suas tramas, sempre focadas na imprevisibilidade de seus personagens, experimentaram os limites do drama, como em “Fale com Ela”, e da comédia exagerada ou kitsch, como em “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos”.

Em "A Pele que Habito", que concorreu à Palma de Ouro em Cannes em 2011, Almodóvar dialoga um tanto esquizofrenicamente com os dois lados de sua obra intensa e carnal, que vem construindo desde o primeiro longa, "Pepi, Luci, Bom e outras Garotas de Montão" (1980).

Convivem dentro da história tanto o diretor iconoclasta da primeira fase, em que realizou filmes aguerridos como "Labirinto de Paixões" (1982), "Matador" (1986) e "A Lei do Desejo" (1987) - numa época em que não dispunha ainda de orçamentos que lhe garantissem a melhor qualidade técnica -, quanto o cineasta maduro da fase mais recente, de algum modo obcecado por explicitar suas referências, como se viu no recente "Abraços Partidos" (2009).

O desejo de uma volta à pulsão do início de sua carreira evidencia-se igualmente no retorno do ator Antonio Banderas, longos 22 anos depois de "Ata-me!". Além de “A pele que habito”, Almodóvar e Banderas fizeram outros cinco filmes: ‘Labirinto de Paixões' (1982), 'Matador' (1985), 'A Lei do Desejo' (1986), 'Mulheres à beira de um Ataque de Nervos' (1988), 'Ata-me' (1989) e agora, mais de 20 anos depois, 'A Pele que Habito'.



As exibições da Sessão Curta ao Sábado são realizadas a partir do Acervo do Cineclube Coxiponés e do Catálogo Programadora Brasil, projeto da Secretaria do Audiovisual (SAV), em parceria com a Cinemateca Brasileira e o Centro Técnico-Audiovisual (CTAV). A ação conta com a chancela do Programa Cine Mais Cultura/Minc e é apoiada pela Adufmat – Associação dos Docentes da UFMT. Saiba mais sobre a Sessão Curta ao Sábado no blog do projeto www.curtaosabado.blogspot.com. 

As exibições acontecem no Auditório do Centro Cultural da UFMT, que conta com ambiente climatizado. O Auditório está localizado na Rua 1 (Avenida Alziro Zarur, s/nº, ao lado da Caixa Econômica), Bairro Boa Esperança. Mais informações: (65) 3615-8377 (Cineclube Coxiponés/UFMT).

Serviço

O quê: Sessão Curta ao Sábado 2012, com exibição do curta “A poética dos pequenos furtos”, de Luiz Marchetti, seguida do longa “A pele que habito”, de Pedro Almodóvar.
Quando: Sábado (19/05), às 18:00
Onde: Auditório do Centro Cultural da UFMT
Classificação indicativa: 16 anos

Documentários e limiares no Sesc Arsenal




Documentário, memória e ficção se misturam para tecer uma história fantástica que retrata um canto metafísico do sertão mineiro em “Terra deu, terra come” (Brasil, 2010, 88 minutos), de Rodrigo Siqueira, exibido no dia 08 de maio no Sesc Arsenal. 
 
Entre abril e junho acontece o Ciclo Documentários e Limiares, com exibição de filmes brasileiros recentes cujos procedimentos estético-narrativos vêm tensionando concepções mais clássicas do campo do documentário, produzindo limiares ficcionais, documentais, experimentais. Como texto de apoio para a sessão de “Terra deu, terra come”, foram selecionadas os artigos “Os caminhos de Terra deu, Terra come”, de Pedro de Niemeyer Cesarino e “A mentira da verdade”, de Fábio Andrade. Os textos estão disponíveis no twitter (@ImagensEmPauta).
 

Sobre o filme
 
Pedro de Alexina é um dos últimos conhecedores dos vissungos, as cantigas em dialeto banguela cantadas durante os rituais fúnebres do sertão mineiro, muito comuns nos séculos XVIII e XIX. Garimpeiro de muita sorte, ele já encontrou diamantes de tesouros enterrados pelos antigos escravos, na região de Diamantina. Mas o primeiro diamante que encontrou há 70 anos foi enterrado pelo tio em local desconhecido. Depois disso, Pedro sempre viveu em uma sinuca: só reencontraria tal diamante se invocasse a alma de seu tio João dos Santos. Durante um funeral, Pedro desfia histórias carregadas de poesia e significados metafísicos.
 
O filme coleciona prêmios como: melhor documentário no 15º É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários; melhor documentário brasileiro da Mostra Panorâmica do 38º Festival de Gramado; melhor filme no Amazônia Doc 2010;  melhor filme e melhor direção na edição 2010 do Forum Doc BH, melhor documentário no Festival Sesc Melhores Filmes de 2010, entre outros.
 
Na próxima semana (15 de maio), o Imagens em Pauta exibiria o filme “A falta que me faz”, de Marília Rocha. Entretanto, em virtude de alteração na programação dos espetáculos que compõem o projeto Palco Giratório, a sessão foi cancelada e transferida para o dia 29 de junho, finalizando o Ciclo Documentários e Limiares.

Se você deseja ser avisado sobre as exibições do projeto e receber o texto de apoio à discussão do filme exibido, envie um email paraimagensempauta@gmail.com com a informação “Cadastrar e-mail”. Para outras informações, siga o “Imagens em Pauta” no Twitter: @ImagensEmPauta.