quinta-feira, 17 de maio de 2012

Filme de Almodóvar na Sessão Curta ao Sábado


“A pele que habito” retoma parceria com Antônio Banderas



Thriller de cores intensas e com uma narrativa surpreendente que mistura a tradição dos filmes de horror, ficção científica e melodrama, “A pele que habito” (La piel que habito, Espanha, 117 minutos), de Pedro Almodóvar, é atração deste sábado, 19 de maio, às 18:00, no Auditório do Centro Cultural da UFMT. Antes do longa, será exibido o curta metragem “A poética dos pequenos furtos”, de Luiz Marchetti. Entrada e pipoca grátis. Classificação indicativa: 16 anos.

As exibições fazem parte das atividades do projeto de extensão “Sessão Curta ao Sábado”, que desde 2009 exibe curtas e longas-metragens de diferentes cinematografias, privilegiando o cinema autoral, experimental e independente, usualmente distante das salas de exibição comerciais do Estado. Em 2012 as exibições acontecem mensalmente e integram o Programa de Extensão Cinematografando, que promove oficinas de formação, seminários e mostras para estimular, fortalecer e difundir o audiovisual em Mato Grosso. Realizada pelo Cineclube Coxiponés, a Sessão Curta ao Sábado é organizada por estudantes e professores do Curso de Comunicação Social da UFMT.

Sobre “A poética dos pequenos furtos”


Em "A Poética dos pequenos furtos", Luiz Marchetti registrou, durante anos, sequências de ladrões "de verdade" performando para sua câmera de 16mm em filme colorido e monocromático. São ladrões representando para câmera com seus objetos roubados na Inglaterra, na Suecia, na Espanha e no Brasil. A Banda de eletro-folk Vanguart, a cantora Cibelle e o DJ Matti Kallioinen colaboram com momentos musicais juntamente a uma montagem eletrônica de alarmes de lojas, sirenes de policia e uma homenagem a musica de "Marnie. confissões de uma ladra" de Alfred Hitchcock. Editado, este documentário-arte aproxima pólos distantes do documentarismo contemporâneo, o registro caseiro - porém com pelicula de 16mm -, abordagens personalizadas e autorais, questionando o fetiche de furtar através do retrato do Escondido.


Sobre “A pele que habito”
Na trama, Robert (Antonio Banderas) é um cirurgião plástico renomado que abriga em sua mansão um curioso experimento científico. Vera (Elena Anaya) é o objeto de trabalho de Robert, que está em processo da construção de uma pele resistente para implantar na moça que aparenta ser uma sobrevivente de alguma tragédia. Ainda que negue, o cirurgião implanta em Vera traços muitos semelhantes de sua ex-esposa, que morreu em um acidente.



O filme é adaptado do livro Tarântula, de Thierry Jonquet (1954-2009), que traz críticas à obsessão pelas aparências, à violência e ao conflito de classes. “Penso no filme, sobretudo, como uma crítica ao abuso de poder, que parece ter se tornado assustadoramente comum, como na inaceitável prisão de Guantánamo e nas práticas de tortura que se legitimaram por lá”, revelou Almodóvar na época do lançamento do filme.

Em mais de 35 anos de carreira, Pedro Almodóvar levou grandes obras ao público admirador de um cinema irreverente e original. Suas tramas, sempre focadas na imprevisibilidade de seus personagens, experimentaram os limites do drama, como em “Fale com Ela”, e da comédia exagerada ou kitsch, como em “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos”.

Em "A Pele que Habito", que concorreu à Palma de Ouro em Cannes em 2011, Almodóvar dialoga um tanto esquizofrenicamente com os dois lados de sua obra intensa e carnal, que vem construindo desde o primeiro longa, "Pepi, Luci, Bom e outras Garotas de Montão" (1980).

Convivem dentro da história tanto o diretor iconoclasta da primeira fase, em que realizou filmes aguerridos como "Labirinto de Paixões" (1982), "Matador" (1986) e "A Lei do Desejo" (1987) - numa época em que não dispunha ainda de orçamentos que lhe garantissem a melhor qualidade técnica -, quanto o cineasta maduro da fase mais recente, de algum modo obcecado por explicitar suas referências, como se viu no recente "Abraços Partidos" (2009).

O desejo de uma volta à pulsão do início de sua carreira evidencia-se igualmente no retorno do ator Antonio Banderas, longos 22 anos depois de "Ata-me!". Além de “A pele que habito”, Almodóvar e Banderas fizeram outros cinco filmes: ‘Labirinto de Paixões' (1982), 'Matador' (1985), 'A Lei do Desejo' (1986), 'Mulheres à beira de um Ataque de Nervos' (1988), 'Ata-me' (1989) e agora, mais de 20 anos depois, 'A Pele que Habito'.



As exibições da Sessão Curta ao Sábado são realizadas a partir do Acervo do Cineclube Coxiponés e do Catálogo Programadora Brasil, projeto da Secretaria do Audiovisual (SAV), em parceria com a Cinemateca Brasileira e o Centro Técnico-Audiovisual (CTAV). A ação conta com a chancela do Programa Cine Mais Cultura/Minc e é apoiada pela Adufmat – Associação dos Docentes da UFMT. Saiba mais sobre a Sessão Curta ao Sábado no blog do projeto www.curtaosabado.blogspot.com. 

As exibições acontecem no Auditório do Centro Cultural da UFMT, que conta com ambiente climatizado. O Auditório está localizado na Rua 1 (Avenida Alziro Zarur, s/nº, ao lado da Caixa Econômica), Bairro Boa Esperança. Mais informações: (65) 3615-8377 (Cineclube Coxiponés/UFMT).

Serviço

O quê: Sessão Curta ao Sábado 2012, com exibição do curta “A poética dos pequenos furtos”, de Luiz Marchetti, seguida do longa “A pele que habito”, de Pedro Almodóvar.
Quando: Sábado (19/05), às 18:00
Onde: Auditório do Centro Cultural da UFMT
Classificação indicativa: 16 anos

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