A “Sessão curta ao sábado” apresenta neste fim de semana (07/11), às 17 horas, no Auditório do Centro Cultural da UFMT, filmes com o tema “Clássicos e Modernos”. Esta seleção apresenta obras assinadas por importantes nomes da cinematografia brasileira, como o mestre pioneiro Humberto Mauro (A velha a fiar, de 1964). Estão presentes o cinemanovista Joaquim Pedro de Andrade (Brasília: contradições de uma cidade nova, 1967) e um dos diretores mais aclamados da atualidade, Jorge Furtado (Ilha das Flores, 1989), além do paraibano Linduarte Noronha e do carioca Joaquim Assis, responsáveis por dois clássicos do documentário nacional: respectivamente, Aruanda (1960) e Ô xente, pois não (1973).
A sessão “Curta ao sábado” faz parte do Programa Unidade, desenvolvido pela Pró-reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (Procev), com a finalidade de dar ênfase às expressões culturais que envolvam a comunidade universitária e a sociedade cuiabana, em atividades realizadas no campus da UFMT. A ideia é estimular o público a vivenciar os espaços da universidade, oferecendo uma programação que desperte o interesse pelo cinema brasileiro, formando novas platéias.
O projeto, organizado pelos alunos do 5º e 7º semestres do curso de Comunicação Social - habilitação Radialismo - da Universidade Federal de Mato Grosso, tem supervisão dos professores Moacir Francisco de Sant’Ana Barros e Diego Baraldi. Os alunos contribuem criativamente no desenvolvimento de materiais gráficos e audiovisuais para as atividades programadas, além de monitorarem a produção das sessões. Todo sábado, um vídeo de abertura antecede os curtas-metragens, com o intuito de fornecer informações básicas sobre os filmes assistidos. No mês de novembro os apresentadores dos vídeos são os alunos Thaiana Ponciano, Verônica Mello e Vinícius Nadaf.
Os filmes
“A velha a fiar” (1967), de Humberto Mauro apresenta a ilustração de uma antiga canção popular do interior do Brasil, utilizando tipos e costumes das velhas fazendas em decadência.
“Aruanda” (1960), de Linduarte Noronha, narra a história de um quilombo, formado em meados do século XIX, por escravos libertos no sertão da Paraíba. O filme, da mesma época da inauguração de Brasília, mostra uma pequena população, isolada das instituições do país, presa a um ciclo econômico trágico e sem perspectivas, variando do plantio de algodão à cerâmica primitiva. O curta é considerado um dos precursores do Cinema Novo.
“Brasília, contradições de uma cidade nova” (1967), de Joaquim Pedro de Andrade, oferece imagens de Brasília em seu sexto ano e entrevistas com diferentes categorias de habitantes da capital. Uma pergunta estrutura o documentário: uma cidade inteiramente planejada, criada em nome do desenvolvimento nacional e da democratização da sociedade, poderia reproduzir as desigualdades e a opressão existentes em outras regiões do país?
“O Xente, pois não” (1973), de Joaquim Assis, é um documentário sobre lavradores da localidade de Salgadinho, perto de Garanhuns, em Pernambuco. Resultou essencialmente de longas e livres conversas, durante cerca de 15 dias, com aproximadamente dez famílias que lutavam contra toda sorte de dificuldades, entre elas a seca. O filme tenta passar ao espectador a sabedoria das pessoas em questão e a fraternidade que as unia. Do ponto de vista formal, Ô xente, pois não é um entrelaçamento musical das falas daquela gente com as imagens de seu cotidiano.
Em “Ilha das Flores” (1989), de Jorge Furtado, um tomate é plantado, colhido, transportado e colocado à venda num supermercado, mas apodrece e acaba no lixo. O filme segue o tomate até seu verdadeiro final, entre animais, lixo, mulheres e crianças. E então fica clara a diferença que existe entre tomates, porcos e seres humanos. O filme é um dos curtas-metragens brasileiros mais exibidos e premiados em festivais de cinema. Recebeu o troféu de melhor filme e mais oito prêmios no 17° Festival de Gramado, em 1989, o Urso de Prata para curta-metragem no 40° Festival de Berlim, em 1990, o Prêmio Especial do Júri e Melhor Filme do Júri Popular no 3° Festival de Clermont-Ferrand, França, 1991, o "Blue Ribbon Award" no American Film and Video Festival, New York, em 1991, o Prêmio de Melhor Filme no 7º No-Budget Kurzfilmfestival, Hamburgo, Alemanha, em 1991, entre outros.
Serviço
As exibições da “Sessão curta ao sábado” são gratuitas e acontecem no auditório do Centro Cultural da UFMT, que conta com um ambiente climatizado e acusticamente tratado. O Centro Cultural está localizado na Rua 1 (Avenida Alziro Zarur, s/nº, ao lado da Caixa Econômica), bairro Boa Esperança. A pipoca é grátis! Censura Livre.
Solicite a programação no e-mail curtaosabado@gmail.com
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